Long Tail – A Cauda Longa

Em português a tradução direta é simplesmente Cauda Longa e ganhou este nome devido ao desenho formado pelo gráfico de uma função exponencial decrescente. Este termo foi amplamente utilizado por Chris Anderson, que escreveu um ótimo livro sobre o tema. A aplicação deste gráfico se mostra nas representações de mercados de nicho, daí a expressão Long Tail acabar virando sinônimo de pequenos segmentos de mercado.

 

Anderson utiliza uma série de estudos e pesquisas para demonstrar que o comércio de produtos e serviços sofreu uma total quebra de paradigmas com a adoção dos canais de vendas pela internet. No mundo físico, os produtos tem espaços limitados nas disputadas prateleiras das lojas e supermercados. Por isso para conseguir um local de destaque nestes ambientes as marcas precisam pagar um preço alto. Essa regra se aplica desde as marcas de molho de tomate até a exibição de músicas em uma rádio. Os produtos e serviços com maior alicerce de Marketing e verbas de publicidade desfrutam dos melhores espaços e consequentemente vendem muito mais do que os outros. Chris Anderson dá a este fenômeno o nome de “Indústria dos Hits” em alusão à indústria fonográfica que cria as grandes sensações comerciais de forma um tanto artificial. Tomando um exemplo prático: um filme como “Vingadores” quando é lançado já conta com ampla divulgação na mídia e com isso a fama cresce exponencialmente. Os milhões de fãs que vão ao cinema colocam o filme na cabeça da curva no gráfico de vendas por títulos.

Um pouco mais afastado desta cabeça do gráfico que compõe os Hits, a curva chega muito próximo ao zero do eixo X, mas na realidade nunca chega a tocá-lo. Por isso essa seção da curva foi batizada de Cauda Longa, já que ela se estende infinitamente sem nunca tocar o zero absoluto. Neste trecho do gráfico se encontram os chamados nichos de mercado, ou seja, segmentos tão pequenos que mal são percebidos quando comparados aos Hits. Aí se encontram, por exemplo, títulos como “Ta’m e Guilass” um filme iraniano que recebeu a Palma de Ouro em Cannes. Não foi um blockbuster de Hollywood, mas teve um pequeno público que amou o filme e foi bem recebido pela crítica.

Mas como surgiu essa Long Tail? Chris Anderson aponta três fatores cruciais:

  • Democratização das ferramentas de produção, ou seja o barateamento das tecnologias que permitem às pessoas comuns produzirem vídeos, discos, livros e tantos outros bens de consumo. (Lembra-se da geração de conteúdo pelo usuário?).
  • Redução dos custos de distribuição. Estes novos bens, sejam livros, músicas ou filmes, não dependem mais de suportes físicos, são agora digitais. Não precisam mais serem produzidos em escala industrial, transportados em caminhões, navios e aviões, armazenados em galpões e centros de distribuição e muito menos precisam ser dispostos em prateleiras para serem consumidos. O custo de distribuição é tão somente o custo de uma banda larga de internet para fazer o upload.
  • Ligação entre oferta e demanda. Os mercados de nicho existem há muito tempo, ou pelo menos sempre tiveram potencial de existir. Porém os custos de produção e distribuição, bem como a tirania das prateleiras ocupadas pelos Hits impediam sua disseminação. Novamente os meios digitais entram em cena para fazer a ponte entre os consumidores em potencial e seus produtos “cult”. E basicamente podemos chamar esta ponte de Google! Graças ás ferramentas de buscas, estes conteúdos pouco populares puderam chegar às mãos dos excêntricos consumidores de nicho.

Uma informação que vale ser destacada é que alguns estudos comprovam que os clientes destes mercados de nicho são mais fiéis e gastam mais do que a média dos consumidores. Isso significa que além de a internet incentivar a criação de novos mercados, ainda gerou mercados altamente rentáveis. Por todos estes motivos este conceito de Long Tail é essencial para profissionais e empresas que desejam se lançar nos negócios dos meios digitais.

 

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