2020 foi o ano da disrupção nos métodos de ensino

Antes de iniciar o artigo propriamente dito, convido você, caro leitor, a refletir sobre essas imagens a seguir.

 

Uma imagem vale por mil palavras, né? Essa comparação deixa gritante o quanto o mundo evoluiu enquanto o sistema de ensino permaneceu da mesmíssima forma. Em alguns casos houve adoção de tablets e computadores, mas isso não é inovação, é apenas trocar uma mídia pela outra. O método permaneceu o mesmo.

O sistema de ensino que minha filha de 15 anos utiliza hoje ainda é o mesmo que as crianças filhas de operários recebiam há 150 anos. É o mesmo método que nivela toda a classe por uma média sem critérios bem definidos e leciona disciplinas próprias a formar operários para trabalhar no chão de fábrica. Não só o sistema de ensino não evolui, como também não se deu conta que ainda forma operários para indústrias que não necessitam mais de operários.

Não vou entrar no mérito sócio-político dos motivos dessa estagnação, seria um exercício infinito de remoer o passado sem nunca chegar a uma conclusão precisa. Prefiro olhar pra frente. E ao perscrutar o futuro (que já chegou com a Transformação Digital) identificamos uma necessidade urgentíssima de inovar os métodos de ensino, adequando-os à Era Exponencial que estamos vivendo.

Confesso que até o ano passado esse assunto me provocava calafrios, por ver uma geração (ou duas) perdendo tempo e desperdiçando potencial com um método de ensino ultrapassado. No entanto algo inesperado aconteceu, algo que mudou o status quo de diversas instituições ao redor do mundo, entre elas a do ensino. A Pandemia de Covid-19 tirou TODOS os alunos de todas as escolas do mundo das aulas de aula. Mais do que isso, obrigou TODAS as instituições de ensino a repensarem o método que se utiliza desde 1850. E essa transformação não se limita apenas às escolas de ensino fundamental e médio, mas também universidades, cursos livres de todos os tipos e mercados e até a educação corporativa.

As aulas online, cursos EaD, palestras virtuais, webinars e tantos outros formatos que estão sendo utilizados neste ano representam o começo dessa revolução no ensino. Vou destacar que se trata apenas do começo. Em hipótese alguma estou defendendo que todos fiquem trancados em casa para sempre estudando sozinhos e isolados da necessária interação e convivência social.

Neste momento praticamente todas as instituições de ensino de todos os portes, segmentos e países estão confusas. E isso é totalmente normal. Trata-se de uma fase de quebra de paradigmas, onde o velho finalmente foi questionado e o novo ainda precisa ser criado. Então as portas estão abertas para novos conceitos, métodos e sistemas de ensino.