Liderança na Transformação Digital

Já vimos anteriormente que a Transformação Digital é uma completa mudança de paradigma sobre como criar e gerenciar um negócio, tendo como foco primordial a experiência e o propósito das pessoas, sejam consumidores ou colaboradores. Portanto não é simplesmente “virar a chave” para o digital, trata-se de um processo no qual se consolida uma nova cultura organizacional e se implementa tecnologias transformadoras num ambiente de incertezas e com velocidade exponencial.

Parece difícil acompanhar todo esse movimento, não? Parece e realmente é difícil. Por isso é necessário se preparar e desenvolver habilidades e competências para surfar essa onda, afinal a Transformação Digital não vai acontecer sozinha. Precisaremos de líderes em diversas áreas.

“Os analfabetos do século não serão aqueles que não conseguem ler ou escrever, mas aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender” – Alvin Toffler

Mas quem são as pessoas capacitadas para liderar essa revolução que impacta a sociedade como um todo? Sinceramente ninguém neste planeta está apto a fazer isso sozinho. Estamos em plena Era Exponencial, onde a complexidade aumenta em velocidade alucinante. É simplesmente impossível acompanhar tudo o que está acontecendo simultaneamente em todas as áreas do conhecimento. Por isso a tarefa de liderar a Transformação Digital é colaborativa. Quanto mais indivíduos agregando sabedoria e experiência, melhor. É clichê, mas esse é o tempo de somar esforços para multiplicar resultados.

Qual o papel dos líderes na Transformação Digital?

A citação de Alvin Toffler mais acima resume exatamente a principal aptidão de quem pretende liderar a Transformação Digital. Como atinge todas as áreas de negócios e todos os aspectos da sociedade, essa atuação exige uma nova mentalidade dos empresários, empreendedores e gestores. É o chamado mindset digital, que significa ter uma visão mais ampla e sistemática dos negócios sob a luz dos fatores inerentes a essa Transformação. Por isso é necessário estudar tanto, pois a quase totalidade destes métodos e processos são inteiramente novos.

Talvez a prática mais importante a ser adotada por estes pioneiros da inovação seja a da despersonalização. Isso quer dizer que sai figura do chefe e entra a persona do LÍDER. Sem aquele chefe todo poderoso a verticalização das empresas precisa dar lugar às metodologias ágeis, as quais são formadas por times concisos onde a colaboração é mais importante do que a competição. A comunicação precisa ser eficaz e transparente de modo que toda a empresa esteja “remando para o mesmo lado”.

 

A Automação de tarefas mecânicas repetitivas é imprescindível, não só para melhorar os índices de produtividade, como para permitir que os colaboradores se dediquem a atividades criativas e/ou de maior nível intelectual. Para que isso seja uma realidade extensível a toda a força de trabalho, será mandatório capacitar os indivíduos de todas as áreas, tanto para lidar com a digitalização, como para explorar sua criatividade e seu propósito.

O resultado direto destas mudanças é o enraizamento de uma nova cultura organizacional onde o Intraempreendedorismo se torna a alavanca de empoderamento dos colaboradores. Ao mesmo tempo, esse processo cria líderes ininterruptamente, já que promove a capacitação contínua dos indivíduos.

Uma vez que o Capital Humano tenha se desenvolvido a este patamar, a empresa se encontra preparada para idealizar modelos de negócios inovadores. Afinal a inovação não tem como acontecer em mentes retrógradas das empresas que praticam a administração no estilo comando & controle. Nesse momento é importante deixar de lado o bom e velho Business Plan e adotar metodologias como o CANVAS – Business Model Generation. Não estou dizendo que o Business Plan tenha sido extinto, mas que ele serve para outro contexto, ou seja, quando o negócio de grandes corporações já está mais sólido. Isso porque esse tipo de Plano geralmente é de longo prazo, de 5 a 10 anos, portanto pouco aplicável ao ambiente de incerteza e velocidade exponencial. Lembre-se que há 10 anos não existia Uber, Waze e AirBnB. Então vale muito estudar casos de sucesso de startups disruptivas.

Diante desse cenário, fica evidente que o RH (Recursos Humanos) assume um papel estratégico nas empresas. Em vez de atuar como um mero departamento de pessoal, essa área fica responsável por integrar os demais departamentos, promovendo sinergia e foco em resultados claros.

Até aqui não falei das tecnologias transformadores justamente pra enfatizar que a Transformação Digital se trata de pessoas e para pessoas. Mas sim, as tecnologias são importantes como meio para que a Transformação aconteça e ganhe escalabilidade. Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Blockchain e Cloud Computing já são realidade em muitas empresas. Porém cada uma delas será destaque em artigos futuros.

Como dito no início, são muitas as área de conhecimento necessárias para conduzir a Transformação Digital. Dessa forma, os Líderes precisam agir de maneira viva, curiosa, consciente e tendo disposição para experimentar muitas vezes, de forma rápida e inteligente a fim de descobrir o que realmente funciona. Mas do que saber algo em grande profundidade, é necessário ter um vasto conhecimento acionável sobre os diversos temas. Isso é o que se chama de Nexialista, um tipo de profissional que se situa entre o especialista e o generalista, abrangendo as melhores características de cada um. Esse tipo de Líder, que atua no Estado da Arte, possui habilidades e competências para propor soluções inovadoras diante de situações complexas.

Qual é o seu perfil de liderança? Qual destas habilidades você já possui e quais precisa desenvolver? Como disse Morpheus em Matrix: “Eu estou lhe mostrando a porta, cabe a você atravessá-la”. Vamos?